Por Gilberto Diemenstein
Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que acaba de ser divulgada, informa que inúmeros setores da economia estão desesperados à procura de mão-de-obra qualificada. Não estamos falando aqui de doutores, mas de qualificações simples. Esse é o desemprego dos idiotas.
É preciso muita idiotice pública (muita mesmo) para chegarmos nessa situação em que há um imenso número de desempregados, especialmente jovens, e uma não menos imensa demanda por trabalhadores com um mínimo de preparo. Além do drama humano dos batalhões de marginalizados, temos um nada desprezível impacto no crescimento econômico. Sem contar que, com melhor educação profissional, se conseguiria distribuir mais a renda.
O desemprego dos idiotas ocorre, entre outros motivos, porque se dá mais atenção aos cursos superiores tradicionais, os quais, muitas vezes, são de péssima qualidade e cuja empregabilidade é baixíssima. Isso com estímulo oficial que dá bolsas a alunos mais pobres cursarem faculdades medíocres.
Para reduzir esse problema, bastaria conhecer as vocações econômicas locais e preparar mão-de-obra para elas, acrescentando ensino profissionalizante ao ensino regular. Tudo isso pode ser feito com a ajuda dos recursos de educação à distância. Nada disso é novidade e já temos, no Brasil, vários casos de sucesso.
É muito mais barato um curso superior para tecnólogo do que a graduação normal. Mas muitos jovens não sabem disso na hora de prestar o vestibular.
O melhor que se pode fazer pela inclusão de verdade dos jovens é ampliar a oferta de ensino profissionalizante, transformando as escolas de ensino médio numa porta de saída ao mercado de trabalho.
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